28 setembro 2007

Such a night

Eu ainda tinha ingresso para a segunda noite de cinema ao ar livre lá em Graceland e, apesar da forte dor de cabeça que estava sentindo, só passei no hotel para dar as coisas e peguei o táxi com as meninas rumo à casa de Elvis. Elas me deixaram lá e foram procurar um shopping com Naim, onde vendesse umas coisas que o filho de Nilma tinha pedido.

Já com ares de dona do pedaço, acomodei-me no gramado e fiquei ouvindo The Imperials cantando as músicas que eles próprios cantaram com Elvis. Quando a noite chegou, completamente à vontade, deitei-me no chão e, enquanto ouvia o That's the way it is na tela, eu simplesmente tirei um cochilo. Fala sério! Quantos fãs de Elvis podem dizer que dormiram lá na caa dele?

hahahahahhahahahhaa

Não é que eu estivesse muito folgada, mas se eu podia... por que não?

Dormi tanto que perdi a hora de encontrar as meninas e quando cheguei lá elas já estaam me esperando. Eu pedi desculpas por educação, porque o sorrisono meu rosto deixava claro que eu não estava nem um pouco arrependida.

Ah! A dor de cabeça? Ficou lá no chão, em algum canto do gramado de Graceland.

Oh, Papai do Céu, muito obrigada também por aquele momento, viu?


22 setembro 2007

Shoppin' around

Às 16h teríamos que encontrar Mike Freeman para o primeiro tour pelos chamados Elvis places. Por poucos minutos nos atrasamos e, quando chegamos no Cook Convention Center, ele já não estava mais lá. Fiquei tão triste porque as chances de conseguirmos fazer esse passeio de novo eram poucas. Contudo, já que a gente tava ali mesmo o negócio era aproveitar, né?

As meninas entraram sem pagar de novo e fizemos mais compras na Elvis Expo. Não deu tempo de ver Priscilla, mas eu não me arrependo de ter preferido Graceland a ela pela manhã. Na exposição, comprei um relógio vermelho com o nome de Elvis na pulseira e o rosto dele no visor e uma linda bolsa em forma de guitarra. Depois eu percebi que ela tem um problema muito sério: não dá pra por muita coisa nela, uma vez que - pelo próprio formato - a parte de cima é estreita e ela é bem funda. Por outro lado, eu posso bater no peito e dizer que sou a única pessoa que conheço que tem um modelo deste. Preço do mimo: 50 dólares.

Esta foi apenas a primeira das quatro bolsas que comprei em Memphis.

Não satisfeita com as compras até ali (lembrem-se que eu já havia estourado minha cota de 500 dólares), ainda encarei uma super promoção com as meninas: três cadeiras a 20 dólares cada. Aí você, com certeza, tem toda a liberdade para me perguntar duas coisas: tá doida, Gil? E o que você vai fazer com isso? Simples, meus amigos. O uso inicial dela tinha uma justificativa que o próprio vendedor (um cara que estava comemorando 14 anos de casado naquele dia e cuja esposa estava ali do lado, creio eu, para fechar o stand e ir pra casa): ela seria de suma importância na Candlelight Vigil.

Bastou dizer isso para que eu e Marluce nos decidíssemos. Nilma ainda pensou bastante mas a convencemos que a cadeira é de fácil transporte (e é mesmo porque ela se fecha toda e tem uma bolsa própria para carregá-la). Também garantimos que se, ao chegar em casa, ela desistisse de ficar com a cadeira uma de nós a pegaríamos para revender. Eu compraria a cadeira de qualquer jeito porque eu simplesmente me apaixonei por ela. Sabe aquelas típicas cadeiras de diretor de cinema? Pronto. Esta é bem parecida.

Não precisa montar, é só abrir ou fechar e ela fica prontinha. Detalhe: ela ainda tem um porta lata em um dos braços. Eu escolhi esse modelo aí da foto. Né linda? Assistirei a muitos filmes sentada nela (com cuidado pra não ficar mutio tempo sentada e quebrar a bichinha, claro). Fiquei com vontade de comprar uma pra Clarinha mas 1) acho que não tem mais espaço no quarto dela, e 2) eu já tinha sacola demais para carregar e ia ficar muito na cara quando eu passasse na alfândega.

Resumindo, os CDs que comprei naquele dia foram as compras mais extravagantes que fiz, porém esta cadeira foi, sem dúvida, a mais excêntrica. E tá pensando que só a gente que teve essa idéia? Pois na Vigília tava assim de gente com o mesmo modelo. Não vendo, não troco, não dou e ainda compraria mais. Quer dizer, comprarei quando lá voltar.

Fã, você sabe, sofre mas se diverte.

21 setembro 2007

Peace in the valley

Caminhei sem pressa rumo ao local onde está o túmulo de Elvis. Percebi que poucas pessoas chegaram na mesma hora que eu. Vi que iam no sentido horário. Preferi fazer o inverso. Não é que eu estivesse retardando aquele momento, eu só queria não ter que "passar correndo" por ali. Dessa forma, fui por trás dos quato túmulos (além de Elvis estão lá a mãe, o pai e a avó paterna).
Quantas vezes eu já nãotinha visto aquilo em fotos de revista, em álbuns de outras pessoas e em reportagens na TV?E agora eu estava ali sentindo os olhos arderem tamanha vontade de chorar e aquele nó tão familiar enquanto estive em Memphis se formar na garganta.

Eu juro que tentei me segurar, fazer de forte, mas ouvi soluçoes e vi até homens já entregues à emoção do momento. Quem era eu, então, para dar uma de durona?

Chorei.

Um misto de alegria por estar ali, de tristeza porque, afinal, ele estava morto, e de saudade de um tempo que eu sequer vivi.

Fiquei ali, parada, de frente para o túmulo por sei lá eu quantos minutos. As lembranças deixadas por outros fãs já cobriam quase metade do túmulo e lembrei que não tinha preparado nada para deixar "com ele".

O curioso é que eu ainda estava com a sacola c heia de CDs nas mãos e eu quase podia ouví-lo cantar. Quase não. Eu podia ouví-lo cantar como se aquela lápide fosse apenas simbólica. É que depois de tantos anos de minha vida ouvindo e vendo Elvis ainda é difícil mesmo duvidar da famosa frase "Elvis não morreu". Ali, eu tive plena certeza disso.

Porque nós carregamos um pedacinho dele em nossos corações e ainda tentamos passar adiante para outras pessoas o legado dele. É tão natural isso em nós como foi estar ali e não conseguir falar nada durante um bom tempo.

Ainda tomada pela emoção, caminhei pelo Meditation Garden. Vi a estátua que traz em seu pedestal o sobrenome da família Presley e depois fui conferir as homenagens de pessoas das mais diversas nacionalidades. Havia coroas de flores de todos os tipos. Vários cartazes do Brasil também. Porém os que mais me chamaram a atenção eram aqueles montados com fotos de Elvis e os inusitados, como um belga em formato de um cavalo e um enorme urso de pelúcia canadense.

Eram tantas as coroas de flores que elas formavam um corredor e ultrapassavam a área do Meditation Gar den. A cada mensagem que eu lia mais eu mordia o lábio para não chorar mais. O esforço foi em vão. Chorei tanto em silêncio que tive enxaqueca.

Às 15h30 Naim nos pegou e nos levou de volta para o hotel. E eu ainda não conseguia descrever como eu estava me sentindo.

20 setembro 2007

Welcome to my world - parte 3

O Trophy Building te coloca num anexo de Graceland onde estão os dicos de ouros de Elvis, desde aqueles obtidos na época em que ele começou gravando pela Sun até os últimos da carreira. Também lá estão as botas de ouro em miniatura e os gramofones. Impressiona e eu não resisti à tentação de procurar onde estava o That's the way it is, o meu álbum preferido. Claro que, ao achá-lo, eu me tirei uma foto com ele.

Virando à esquerda, os figurinos originais dos filmes, cartazes e objetos dos sets de filmagem e até o uniforme utilizado nos tempos do Exército. Ali é para você olhar com mais calma cada um. Bom, ao menos foi isso o que fiz. Gostei muito de ter visto o agasalho do personagem Kid Galahad. Num sei porque, mas eu gostei. Coisa de fã. É tipo: você olha e diz - Eita, aquele é esse, isso é daquele; e começa a relembrar na sua cabeça as cenas dos filmes (nesse, especialmente, Elvis é um boxeador treinado por Charles Bronson).

Quando você sai de lá dá de cara com a piscina, aquela mesma onde Elvis aparece abraçado a Priscilla na borda, depois saltando de trampolim... Enfim, você que é fã sabe do que tô falando. Achei a bichinha tão abandonada com aquelas folhas e ao mesmo tempo me passou um saudosismo tão grande. Tempos alegres Elvis viveu ali. Passeando por lá estava um esquilo. Fiquei tão surpresa por ver um esquilo pela primeira vez. Não sabia que eles habitavam aquelas bandas e muito menos Graceland.

Logo adiante há duas placas: em frente, Racquetball Building; à direita, Meditation Garden. Teve gente que passou direto para o Mediation Garden, é lá que fica o túmulo de Elvis. Naquela "encruzilhada", reencontrei as meninas. Disse a elas que preferia deixar aquilo por último e elas também acharam melhor. E foi bom. Sabe por quê? Quando eu entrei no prédio, aparentemente não achei que tivesse nada demais. Três ambientes, onde - do lado direito - havia alguns cartões para Elvis em cima de um balcão, - do esquerdo, uns aparelhos de jogo, e embaixo - um jogo de sofás com um enorme urso panda sentado.

Mas quando abri a porta seguinte, meus olhos e minha boca se abriram simultaneamente. Soltei um "uau" em voz alta também. A sala tem uma parede altíssima e, de cima até embaixo, há vários discos de ouro, separados por ou outra roupa que Elvis usou e uma TV tocando o Aloha. Foi o local que mais me impactou visualmente. É impressionante ver tudo aquilo que o talento dele gerou e que ele conquistou em vida. Ali ali meio que me deixou calibrada para o que viria a seguir: o Meditation Garden.

17 setembro 2007

Welcome to my Word - parte 2


A fila estava considerável, mas havia muitos microônibus fazendo o percursos, que basicamente é atravessar a rua e chegar na frente da porta de entrada da mansão. A gente tinha que ir neles e antes de embarcar tiraram um afoto num painel com o portão das notas musicais e nos davam um audio tour guide (aparelho de tradução com áudio em vários idiomas, inclusive português) para que os visitantes se orientem lá dentro.

Eu peguei um, porém acabei não usando. Eu não queria ouvir uma voz sequer que maculasse esse meu contato com o interior da mansão e tudo o que isso significava na minha vida. Tirei foto das meninas lá na frente, contudo não gostei das quais sou eu quem aparece (geralmente, as pessoas não tiram fotos minhas que fiquem do meu gosto).

Como o fluxo de gente era grande e eu sabia já ali que faria aquela visita de novo antes de embarcar, eu me dirigi para a entrada de mansão depois de me autofotografar algumas vezes. Não sei o porquê, mas achei que ela fosse maior, digo, mais alta e confesso que me surpreendi com a beleza das salas de estar e de jantar. Após tanto ter lido aqui no Brasil que a decoração da casa era de mau gosto, realmente foi uma grata surpresa. Não que isso fosse mudar alguma coisa, mas provou o quanto tem de bla bla bla por aí sobre Elvis.

O fato é que quando botei o pé dentro do local onde ele morou eu não cabia em mim de tanta felicidade!

Eram 13h15.

Acabei me separando das meninas, que preferiram seguir o roteiro do áudio e o ritmo das outras pessoas que desembarcaram conosco. Eu preferi seguir o meu ritmo. Sem pressa e com o máximo cuidado em registrar cada detalhe do lugar. Não só em fotos. Mas, especialmente, na minha mente.

Perambulei pelos cômodos que nos eram acessíveis. Há uma foto da pequena Lisa Marie na parede do lado esquerdo logo que se entra. Do lado direito é a sala de estar com os sofás, a foto do velho Vernon no canto direito, de Elvis com os pais em cima de um móvel no canto esquerdo, com a TV e o piano ao fundo e os vitrais com os pavões azuis (eu acho que aquilo era pavão, mas sou péssima pra esse tipo de reconhecimento).

O quarto de Gladys, a mãe de Elvis, fica naquele mesmo andar. Não se pode entrar, mas se vê as roupas penduradas no guarda-roupa e as fotos de Elvis nas paredes e na cômoda em frente à cama dos pais. Antes de você seguiri para a sala de jantar você se depara com a famosa escada que vai pro primeiro andar e pros quartos que são fechados ao público (ou seja, o de Elvis e o de Lisa Marie). Na verdade, quando você já entra já dá de cara com a escada, mas tinha muita gente parada em frente a ela na hora que entrei e achei melhor a multidão se saciar antes de eu chegar junto.

Do lado da escada, tem um quadro lindo de Elvis. Passei um bom tempo ali olhando para ele e lá pra cima. Pensava em quantos segredos escondiam-se lá no andar de cima. Fiquei imaginando quantas pessoas teriam passado já por ali, tanto enquanto Elvis esteve vivo quanto depois. Tem quem jure que Elvis ainda vive lá em cima e que é por isso que a gente não sobe até lá. Eu não acredito nisso, para mim é marketing puro e simples. Priscilla garante que é para salvaguardar a privacidade que Elvis tanto prezava. Eu não busquei pela verdade ali. Como fã, eu tirei fotos e me dei por satisfeita por estar ali, local de que tanto ele gostava.

Segui adiante, então.

Na sala de jantar, há uma TV bem grande no canto da parede que separa o ambiente da porta de entrada e ela fica bem rente ao chão. Há bonitos armários (eu esqueci o nome exato disso), com portas de vidro, onde ficam pratos, taças etc. Entretanto o que mais me chamou a atenção foi a belíssima mesa posta para o jantar. Depois a gente entra na cozinha, onde estão as TVs por onde Elvis acompanhava o movimento de quem passava pela frente da casa. O ambiente fica meio às escuras e leva você para....baixo!!!

Ok, eu devia saber disso, mas confesso não lembrar e/ou desconhecer o fato de que aqueles cômodos seguintes ficam no subsolo da casa e não no mesmo nível dela. Falo da sala onde está a mesa de sinuca, da TV Room (onde estão as três televisões que Elvis assistia ao mesmo tempo - mania adquirida depois que ele soube que o presidente americano fazia o mesmo) e um minibar. Nesse último predomina a cor amarela e a estátua branca de um macaco chamam a atenção que é uma beleza.

Depois o caminho é subir de novo e encontrar a tão falada Jungle Room, Excentricidade é aqui. Os braços das cadeiras de altos encostos têm o formato de braços de animais e há uma cascata saindo da parede do lado esquerdo (é isso mesmo que você leu: uma cascata). Eu desconfiei que é por causa desta sala que a decoração de Graceland recebeu tantas chacotas ao longo dos anos. O que achei? Impactante, mas a cara de Elvis, ou seja, ele viu, comprou e não se preocupou com o que os outros iam falar.

Logo mais adiante, a gente entra no último cômodo da casa. Nele estão expostos as roupas usadas por Elvis e Priscilla no dia do casamento, a escrivaninha do escritório dele, alguns de seus hobbies (como trenzinhos) e algumas armas de sua coleção. O prédio seguinte é simples e mostra o escritório de Verson. Depois vem o Trophy Building e aí os olhinhos de nós, fãs, brilham.

08 setembro 2007

Welcome to my world - parte 1

O segundo dia na terra do Rei do Rock foi praticamente todo dedicado a Graceland. Depois do café da manhã no hotel (também incluso na diária e bem farto em calorias, diga-se de passagem), chamamos Naim e fomos conhecer a mansão por dentro. Lembra que em dezembro do ano passado quando eu me associei ao Insiders ganhei um tour gratuito pela casa, pelo museu com os automóveis, pelos aviões etc? Pois não é que o negóico realmente era a sério?

Enquanto as meninas entraram na fila para comprar a entrada para tudo e só pegaram vaga no passeio que iniciaria às 13h (e chegamos lá por volta das 10h), o meu ingresso estava lá lindo e de acesso livre em qualquer horário esperando por mim. Sem filas. Sem burocracia.

Definitivamente, entrar nesse fã clube foi uma das melhores idéias que eu tive.

Em consideração a elas, claro, eu só entrei na mansão na hora da tour das 13h. Enquanto isso, conhecemos o Sincerely Elvis (onde são expostas algumas roupas), o Automobile Museum (com os carros e motos de Elvis), além dos aviões Lisa Marie e Hound Dog II. Foi no Sincerely Elvis, eu posso dizer, que a máquina fotográfica começou, de fato, a trabalhar pra valer lá em Memphis. Com os jumpsuits de um lado e do outro, meus amigos, difícil era saber pra onde olhar.

Entre nós três pintou a dúvida sobre a real altura de Elvis. Nilma achou que ele não deveria ter os 1,86 divulgados, a mim me pareceu 1,80 e Marluce, que há 50 anos é fã de Elvis, foi taxativa: era 1,86 mesmo e ponto final. Eu só não gostei dos trejeitos dos manequins, digo das poses. Elvis não ficaria parado com os joelhos e as mãos daquele jeito nem a pau.

Como não podia deixar de ser, na saída havia uma lojinha com produtos oficiais. Não comprei nada.

Miraculosamente.

Próxima parada: Automobile Museum.

Antes, claro, sessão de fotos com o cadillac azul exposto do lado de fora.

Lá dentro também não se podia usar o flash da máquina fotográfica, porém ainda assim consegui me incluir em algumas fotos. Elvis gostava muito de carros e distribuía muitos entre os amigos. Eu gosto especialmente do Cadillac rosa, mas lá estão expostos até o carrinho que ele usava no jardim e um kart!!! Além dos carros, eles reproduziram um drive in e um posto de gasolina, dá para acreditar? Como se não bastasse tem um telão exibindo os clipes de filmes dele onde aparecem carros como Speedway e Viva Las Vegas.

Na saída, esta que vos escreve começou a enfiar o pé na jaca com força.

Na noite anterior fora apenas uma camisa, um boné, uma caneca, enfim coisinhas de nada. Ali, no entanto, quando a miniatura do Cadillac rosa apareceu na minha frente eu me disse: tás lascada, Gil! E tava mesmo, com todo prazer. Além dele comprei a trilha de dois filmes, outra camisa e não sei o que mais que deu 120 dólares - menos 10% de desconto que o Insiders nos dá direito em compras.

Pensava eu, inocentemente, que o "pior" já tinha passado.

Ledo engano.

E eu ia lá saber com o que me depararia depois de conhecer os aviões do homem?

Aliás, é um tour bem curto que não dá pra você fazer cera e querer ficar mais um pouquinho porque você entra e sai em fila indiana.

Como eu ia dizendo...

Ao sair do passeio pelo Lisa Marie e pelo Hound Dog II, eu estourei a minha cota de 500 dólares. O motivo foi bem simples e eu avisei várias vezes que isso iria acontecer. Eu queria completar minha coleção de CDs de Elvis e viajei preparada para cumprir esta "missão" (até levei uma bolsa extra para trazer tudo sem precisar da mala). Só ali deixei $ 560 no cartão, porque nem eu imaginei que fosse achar tantos (e olha que nem achei tudo o que estava na minha listinha)!

Meu pensamento foi um só: eu não os acho aqui no Brasil e quando um ou outro aparece custa os olhos da cara, o fígado, os rins... Além disso, importar seria ainda mais caro. E, afinal, era pra isso também que eu tinha viajado, não é? Lá tornaram-se meus 20 CDs, incluindo aí a caixa dos anos 70, que no Brasil custa, em média, 300 reais e lá me saiu por $ 75 dólares (ou seja, mais ou menos 150 reais). Como Murphy me ama, claro, que os dois principais não tinha achado ali: o DVD e a trilha de Change of habit (Mudança de Hábito) e de Follow that Dream (Em cada sonho um amor). Fato é que até o cara do caixa se surpreendeu com as compras! Graças ao Elvis Insiders, ganhei um desconto de mais ou menos 50 dólares.

Nessa brincadeirinha, saí de lá cheia de sacolas rumo ao passeio por dentro de Graceland.

07 setembro 2007

Girl happy

A partir das 19h daquela segunda-feira teve início o Movies and Music at Graceland. Quem tivesse ingresso poderia assistir ao Viva Las Vegas sentadinho no gramado da mansão. E claro, óbvio e evidente que eu não ia perder essa.

Fomos até lá com o taxista que acabou rodando conosco durante toda a semana. Naim converteu-se ao islamismo quando Cassiu Clay virou Mouhammad Ali no início dos anos 70 e dos quatro filhos dele, um trabalha em Graceland. Interessante não? Graças a ele, o Lincoln, carro que ele usava lá como táxi, tinha entrada no estacionamento dos carros oficiais das lojas de Graceland a qualquer hora, ou seja, a gente não precisava ficar esperando na rua fosse de dia fosse de noite. Some-se a isso o fato dele ser também fã de Marvin Gaye, Magic Johnson e detestar Karl Malone e pronto: estava feita a amizade entre a gente (diz ele que vem ao Brasil em dezembro).

As meninas não quiseram pagar e ainda acharam caro, mas eu pagaria até mais ($75 pelos dois dias) para ter o prazer de ficar vendo Elvis no telão, deitada naquela grama, ao ar livre. Aquela foi a primeira das seis vezes que entrei na propriedade. Eu ainda não consigo descrever com exatidão qual era meu sentimento à medida em que eu atravessava a Elvis Presley Boulevard. Eu só sei que sorria um sorriso aberto, desses que você carrega no rosto e só depois de algum tempo é que se dá conta do quanto aquilo foi natural, espontâneo e está ali há bastante tempo.

De repente lá estava eu, de frente ao portão das notas musicais e do famoso muro de Graceland. Dá para acreditar nisso? Fiquei tão desorientada que entrei sem sequer apresentar o ticket. Foi na revista da minha bolsa que perceberam que eu não estava com a pulseira verde de acesso e me pediram pra voltar. Mostrei a entrada, deram-me a pulseira - com a qual eu poderia entrar e sair quantas vezes quiser - e pronto: acesso liberado.

ATENÇÃO!!!

O Ministério da Saúde de Gil informa: Graceland faz bem ao coração.

Ainda havia muitos lugares disponíveis para sentar, mas para que ter pressa, pensei, se eu poderia aproveitar para dar uma olhada ali outra acolá e sentir aquele gostinho delicioso de sonho realizado espalhado por todos os cantos?

O sol demora a se pôr em Memphis e sem uma nuvem sequer no céu, a gente foi agraciado com um belo entardecer no Tennessee. E lá estava eu em Graceland.

G-R-A-C-E-L-A-N-D.

Eu me segurei pra não chorar.

A emoção era muito.

Eu estava lá.

EU estava lá.

Eu ESTAVA lá.

Eu estava LÁ.

Jesus, que momento maravilhoso foi aquele?

Perfeito só se as pessoas que amo estivessem comigo compartilhando aquele instante de felicidade extrema, mas ainda assim obrigada, meu muito obrigada.

Enquanto o filme não começava, fiquei ali sentada na grama, ouvindo o pessoal tocando Elvis e o Dale Earnhard Jr sendo entrevistado por um repórter da ESPN (se não me falha a memória), falando sobre Elvis e corrida (ele tinha ganho no dia anterior a Nascar - se não me engano). O que não tinei é, com o sol se pondo por volta das 20h, isso significava que o filme só começaria mais tarde e eu perderia o filme (porque combinei de reencontrar Marluce, Nilma e o taxista nos pegar às 21h). Mas pergunta se gostei de estar lá ouvindo aqueles caras falando e/ou tocando.

Pergunta.

Eu preciso responder?

Pois é, amigo.

Coisa de fã.

Só entende de verdade quem sente o mesmo


04 setembro 2007

Easy come, easy go

Chegamos no Cook Convention Center pouco depois das 16h. Era na mesma rua do hotel e em frente ao Marriot. Um dólar para ir de bondinho. Não fui acompanhar as palestras da conferência do Insiders, a gente ficou mesmo na Elvis Expo. Em tese, as meninas deveriam ter pago, mas a simpática moça da recepção deixou que elas entrassem comigo e deu uma pulseira de acesso para cada. Eu, como fora dito no ato da filiação ao Elvis Insiders, ganhei um kit que incluiu um ursinho, pôster e.. surpresa das surpresas, o recém lançado CD Viva Las Vegas (no Brasil ainda não havia chegado para venda até eu embarcar para Memphis).

Fiquei tão contente, tão contente!!!

Cinco minutos depois de ter feito a festa com Marluce e Nilma por causa do brinde, veio o susto. Tinha parado para comprar uma bolsa em formato de guitarra e abri na mesma hora pra guardar o Viva Las Vegas. Mas cadê o CD? Eu só lembrava de te-lo colocado em um pequeno envelope com meu nome e parado em dois dos 100 stands, sendo que aquele onde eu tinha comprado a bolsa era o segundo. O primeiro era logo na entrada e tinha um monte de folders sobre Memphis e suas atrações. Óbvio que ele não estava mais lá.

Fui, então, para o balcão de atendimento do Insiders e.. nadaL Tinha perdido, estava certa disso. A alegria de pobre dura pouco, pensei. Não é o que dizem sempre? As meninas insistiram para que eu continuasse procurando e foi o que fiz, mas já sem esperanças. Procurei o pessoal da organização para saber se havia um setor de achados e perdidos. Eles disseram que não. E mesmo se tivesse quem iria devolver o CD que estava sendo vendido ali por quase 20 dólares?

Eu me perguntava exatamente isso, quando uma outra pessoa da organização chegou e me perguntou com aquele sotaque carregado de americano querendo falar português se eu era Gilvania. Eu disse que sim e ela me entregou o envelope com o CD !!!!!!!!!!!! Assim, do nada, sem sequer me pedir para confirmar minha identidade, ela me devolveu o sorriso e eu até hoje me pergunto quem foi o anjo que achou e o entregou para que me devolvessem e, claro, se teria ocorrido o mesmo se isso tivesse acontecido aqui no Brasil. Ali eu constatei o que os outros membros do Insiders já tinham me dito: você nunca vai se sentir sozinho em Memphis porque os fãs de Elvis são todos uma família só. Posso dizer que ganhei o dia naquele instante e como agradeço a Deus por isso!

Ta pensando que acabou? Aquele primeiro dia ainda me reservava Graceland.

02 setembro 2007

Memphis, Tennessee

Feito o check in e tomado aquele banho (afinal, 24 horas sem uma ducha é pra acabar com um), fomos até o Fedex Forum para pegar meu ingresso e ver se conseguíamos comprar para Nilma e Marluce ao menos para o show da meia-noite. Pegamos a Main Street, em frente ao hotel, rumo ao ginásio. Como esta é a rua dos bondinhos, somente eles, os carros de polícia e as charretes trafegam por lá.

Se você leu o post anterior sabe que, apesar das muitas árvores, o abafado era intenso. Ainda bem que a Beale Street era pertinho, coisa de quatro... cinco ruas depois. Tinha muitas lojas fechadas no caminho, mas a famosa rua dos clubes de blues e soul fervilhava às 2h da tarde. Muitos cartazes davam as boas-vindas aos fãs de Elvis e não sei o porquê, mas foi neste exato momento em que eu me senti em casa lá em Memphis. Alguns músicos tocavam sax ao ar livre, nas calçadas, mas o que a gente ouvia mesmo em alto e agradabilíssimo som era a voz de Elvis. Isso se chama senso de oportunidade, meus amigos!

Nas vitrines, tudo o que era quinquilharia estampava o rosto de Elvis. Placas de rua, bolsas, ursinhos, CDs, DVDs, chaves, cadernos, camisas, bonés, livros, enfim tinha de tudo para todos os gostos, idades e bolsos. A gente ainda parou para dar uma olhada, mas passamos ilesas por esse primeiro teste de fogo.

Na esquina seguinte, dobramos à direita e lá estava o Fedex Forum. Não tivemos problemas algum com os ingressos e ficamos felizes em saber o quanto seria fácil ir e voltar a pé na noite dos shows (as meninas só conseguiram pro show da meia-noite mesmo). Eu ainda fiquei tentada a comprar um ingresso pra mim, mas baixei meu fogo. Apesar de ser o That's the way it is a base da apresentação, da entrada ser mais barata (eu paguei $ 90 pelo 30th anniversary concert e esse custou $57) e de, afinal, ser mais uma chance de assistir Elvis live, eu lembrei do passeio do dia seguinte pra Tupelo e da minha fraca resistência pós-noite de sono curto (ou seja, o risco de ter uma enxaqueca seria grande), daí desisti.

Na volta, paramos parar tirar fotos na Elvis Presley Plaza. A CBS (se não me falha a memória era essa a emissora) estava fazendo uma reportagem naquela hora. Uma francesa e um finlandês também estavam lá e, como nós, aguardaram pacientemente o fim da matéria para fazermos pose com o monumento. De lá, saimos em busca de um mercado, padaria, ou o que fosse para equiparmos o apartamento - o que nos fez economizar uma boa grana na hora do almoço e do jantar. Quase em frente ao hotel achamos o Family Dollar. Lá mesmo o pessoal nos informou sobre como chegar ao Cook Convention Center, local onde acontecia a conferência do Elvis Insiders e a Elvis Expo.

Bastava pegar o bondinho e voilá!