31 agosto 2007

Promised Land

Do alto, deu para perceber que Memphis, de fato, é uma cidade no meio do nada, o que me levou a supor que é por conta disso que ela é tão musical. Não se deve ter muita coisa para passar o tempo, pensei na hora, o negócio então é cantar.

Chegamos pontualmente às 12h30 em Memphis, a cidade fica duas horas atrás em relação ao horário oficial brasileiro. No aeroporto, veio a constatação de que amabilidade e educação existem nos Estados Unidos. Foi lá que vimos sorrisos pela primeira vez em abundância. E foi lá também que já tivemos a primeira idéia de como é forte a presença de Elvis por todos os cantos. Compramos um mapa em uma livraria (e acabamos nem usando direito por lá de tão fácil que foi andar pela cidade). Fizemos um lanche rápido e pegamos um táxi para o hotel.

Trinta dólares e uma cara feia depois (o taxista queria uma gorjeta maior além da taxa que pagamos - nos Estados Unidos em qualquer transação você paga uma taxa em cima do valor que, em Memphis, chega aos 10% quase), chegamos ao Residence Inn. E aqui deixem-me fazer um parágrafo especial sobre o hotel.

Localizado na esquina da Monroe Avenue com a Main Street, o prédio construído em 1936 é tombado, administrado pela rede de hotéis Marriot e foi o melhor local no qual fiquei hospedada. Os atendentes são todos muito gentis, atenciosos, carinhosos até (especialmente os homens), do tipo que só faltam te pegar pela mão e ir com você até onde você precisa ir. Os quartos são enormes (ficamos no 507), o nosso tinha uma cama queen size, um sofá cama king size, banheiro com banheira, uma grande escrivaninha, duas TVs, aparelho de DVD, uma mini-cozinha com fogão duas bocas, geladeira, pia, armários, liquidificador, tábua de passar roupa, torradeira, microoondas, máquina de lavar roupa, cafeteira e talheres de primeira. Se estivéssemos em um desenho animado, nosso queixo teria caído até o chão. Além disso, o acesso à Internet era GRATUITO, podíamos imprimir o que fosse e passar fax sem pagarmos nada e ainda havia disponível sucos, refrigerantes e comida congelada na recepção para compra. Recomendo para qualquer um e será meu parâmetro para hotel a partir de hoje.

Agora, voltemos a falar sobre Memphis. Eu sabia que fazia calor naquela terra nesta época do ano e todos do Elvis Insiders recomendaram levar bermudas, shorts e roupas leves, entretanto eu não fazia a menor idéia do quanto era quente. O grand eproblema é que não ventava e quando uma brisa qualquer dava o ar da graça mais parecia um bafo quente. Ou seja, é ótimo porque faz sol direto, mas a umidade quase inexiste e você precisa andar com uma garrafa d'água pra tudo quanto é canto ou você passa mal mesmo. Não é à toa que duas pessoas morreram naquela semana por causa do calor, sendo que uma delas era um adolescente de 17 anos!!!

Como algumas ruas são em subida, aí a coisa piora ainda mais. E o curioso é que a Main Street é cheia de árvores e o Rio Mississipi ficava bem pertinho da gente, mas nada disso atenuava o forte calor. Vendo a Fox News no terceiro dia nosso lá, fiquei sabendo que Memphis estava entre as cinco cidades mais quentes dos Estados Unidos naquela semana. Aí você entende porque você sente uma certa dificuldade para respirar em determinados momentos.

A outra coisa que é bem fácil de perceber em Memphis é que a quantidade de fãs de Elvis espalhados faz da cidade um lugar com ruas entupidas de gente de todos os cantos. Ruas entupidas, leia-se a Beale Street e os arredores de Graceland, porque, na verdade, eu achei a cidade bem deserta. É certo que estávamos no centro e não tão perto de Graceland (coisa de 15 minutos de táxi no máximo), mas ainda assim eu me surpreendi. Será por isso que os sinais de trânsito abrem e fecham muito rápido? Rápido do tipo que assim que abre e você começa a atravessar ele já começa a piscar dando alerta que vai fechar de novo.

Pois é, preste atenção se você for lá algum dia. E seja rápido! Se você demorar demais olhando os carrões que passam em Memphis (e como tem carrão por lá!!!), algum deles pode acabar passando por cima de você. Em nossas olhadinhas, não vimos um sequer que fosse considerado velho, nem tinham amassados e muitos eram feitos para acomodar apenas duas pessoas. Chique né? E isso porque eu nem mencionei a quantidade de limousines perambulando pelas ruas. Procuramos saber, o aluguel de uma gira em torno de 400 e 500 dólares.

Da próxima vez, quem sabe a gente não aluga uma só pra saber como é por dentro?

Falando em ruas, eu até agora to tentando entender como é que Memphis não tem lixeira na rua, mas você não vê um pedaço de papel por menor que seja no chão. Pelo menos, onde a gente ficou e nos arredores de Graceland a limpeza era total a qualquer hora do dia ou da noite. A polícia passa em carros "normais" e em carrinhos individuais. Na segunda manhã, por exemplo, uma policial parou ao nosso lado com seu carrinho engraçado (e eu me esqueci de tirar foto disso) e perguntou se estava tudo bem (estávamos no ponto do bondinho) e começou a conversar conosco, perguntando de onde éramos e dando dicas de lugares pra visitar.

Para não dizer que não vi mendigo, havia uns três caras que ficavam na outra esquina do hotel. Eles não pediam dinheiro, mas cismamos de um que vinha na mesma direção que a gente uma vez. Coincidentemente ou não, depois eles não foram mais vistos por lá. E, no último domingo meu lá, uma mulher numa super hiper mega cadeira de rodas me pediu uns trocados. Uma mulher branca, diga-se de passagem.

Nós não andamos de ônibus lá em Memphis, mas de bondinho, sim. Muito agradável. Isso, o rio lá na frente e a tranqüilidade do local, com gente tocando ao ar livre, realmente me fizeram crer que Memphis é praticamente uma cidade parada no tempo.

No tempo bom, claro.



30 agosto 2007

Walk a mile in my shoes

Agora, com mais calma, é possível falar sobre a viagem a Memphis com mais detalhes. Saímos de Recife por volta das 13h30 num vôo direto para o Rio. O avião da TAM estalava toda hora e aquilo assustou a mim e a Marluce bastante, ela até chegou a rezar agarrada ao terço. Na Cidade Maravilhosa, ficamos quatro horas esperando pro embarque, um tempo que passou mais rápido do que poderíamos crer. Não deu pra fazer nada além de fazer um novo check in, dessa vez na American Airlines, e jantar. Você pode estranhar o fato de eu ter comido feijão preto, batata frita e frango assado antes de pegar um avião, mas achará a coisa mais natural do mundo depois de saber que passamos a semana toda sem comermos comida de verdade.

Do Rio para Miami foram oito horas. A aeronave da American Airlines, apesar de ser tão boa que só percebíamos que estávamos voando porque - afinal - via-se as nuvens passando lá fora, tinha um grupo de comissários não muito educado. Apenas um rapaz mostrou-se atencioso e educado. Eu tirei uns cochilos apenas. Nunca consegui atingir a proeza de dormir durante o vôo e sentada junto de duas crianças barulhentas e inquietas é que ficou difícil mesmo.

Já em Miami, a sensação que eu tive foi bem diferente da que eu esperava. Não revistaram minha mala e a entrevista foi bem rápida. O rapaz foi sério, mas bem educado e ainda me permitiu servir de intérprete para Marluce e Nilma. Depois de meses e meses ouvindo que haveria uma série de humilhações esperando por nós, eu confesso que respirei aliviada e que foi uma surpresa bem agradável não me sentir uma criminosa.

Esperamos por sete horas o vôo de conexão para Memphis. Na área de embarque, o povo tinha uma cara bastante amarrada, especialmente as mulheres. Ou seja, onde achei que iríamos ser mal atendidas não houve stress algum e onde pensava que tudo seria um mar de rosas, a impressão que tive foi péssima. Também foi difícil achar o que e onde comer alguma coisa legal. Só depois das 9h as coisas começaram a abrir direito por lá (nós chegamos em Miami às 4h - horário local). Foi durante essa espera que efetuei minha primeira compra em solo americano. A revista Life dedicada a Elvis. Dez dólares a menos no bolso, sorriso a mais na cara.

Morta de fome e de sono, satisfiz-me com um croissant sem recheio e um copão de café com leite. Na hora do embarque, um rapaz muito simpático nos tirou da fila porque teria o risco de perdemos o vôo, já que nosso avião era pequeno (para 50 pessoas apenas) e havia muita gente na nossa frente para embarcar em aeronaves bem maiores. Foi aí que precisamos tirar nossos sapatos.

Ok, no Rio teve gente que precisou fazer isso, mas - como não foi o meu caso - aquele procedimento acabou me deixando indignada. Não falei nada e me portei como uma lady, uma vez que os próprios americanos também passava por aquele tipo de revista, mas que aquilo é h umilhante, é!

Na seqüência, eu confesso: fiquei apavorada quando vi o tamanho das aeronaves no pátio. A maioria tinha hélice. Isso mesmo: hélice. E como eram pequenas!

Um ônibus minúsculo nos levou até o local onde o nosso avião estava estacionado. Não tinha hélice, mas isso não ajudou em nada a me acalmar. Para se ter uma idéia, o jato tinha em um lado um conjunto de poltrons duplas e no outro, poltronas individuais. Nilma ficou numa delas e eu e Marluce fomos juntas, espremendo a mão uma da outra a cada chacoalhada da aeronave. E o tempo estava ótimo, não entendíamos aquela turbulência toda.

Para completar nosso pânico, uma moça ficou trancada no banheiro!!!!!!!! E a aeromoça tinha uma risada histérica, tipo dessas de filme de terror. Então, enquanto todos dormiam, eu e Marluce seguimos vigilante durante todo o trajeto de duas horas até Memphis. O suor escorria por nossas mãos e na nossa testa. Como disse Marluce, só Elvis para nos fazer passar por aquilo.

Jesus!

25 agosto 2007

Back to reality

Tô em casa.

O vôo atrasou três horas no aeroporto JFK em Nova Iorque por conta de um probleminha bem básico: a porta do avião não queria fechar.

!!!!!!!!!!!!!

Depois de você ter passado das 13h às 21h sentada escrevendo para o tempo passar mais rápido essa, definitivamente, não foi uma boa notícia.

Ainda bem que tinha comprado pilhas extras pro meu mp3 e tudo ficou mais fácil ouvindo Elvis.

Dez horas depois chegamos em São Paulo.

Desembarcamos.

Embarcamos de novo.

Agora pro Rio.

E lá, o milagre. Ou, prefiro crer, a recompensa por ter sido sincera.

Declarei tudo o que tinha comprado em excesso (é um formulário que te entregam ainda dentro do avião), mas acabei não precisando pagar impostos.

Fiquei tão feliz, tão feliz.

Uma economia e tanto para as extravagâncias que fiz.

Se eu não tivesse comprado por medo, teria me arrependido amargamente.

Depois eu ia passar a tarde lá na Cidade Maravilhosa, mas a TAM acabou arrumando uma vaguinha pra mim no vôo das 14h30 que vinha pra Recife e cá cheguei seis horas antes do previsto.

Obaaaaaaaa!

A partir de amanhã eu começo a publicar a "cobertura na íntegra" das aventuras em solo americano.

Aguardem!

E eu tô pensando em transformar isso aqui em um espaço dedicado a Elvis.

Uma idéia apenas.

Ainda.

Por enquanto, fico por aqui ouvindo, reouvindo (existe essa palavra) e ouvindo mais e mais vezes esta belezura que, finalmente, consegui ter em CD.

The First Time Ever I Saw Your Face (words & music by ewan maccoll)

The first time ever I saw your face
I thought the sun rose in your eyes
And the moon and stars were the gifts you gave
To the dark and the empty skies my love
To the dark and the empty skies

The first time ever I kissed your mouth
I felt the earth move in my hands
Like a trembling heart of a captive bird
That was there at my command my love
That was there at my command

Hoa hoa hoa oh oh oh oh oh oh
Woh oh oh oh hoa hoa hoa
Oh hoa hoa hoa hoa hoa hoa
That was there at my command my love
That was there at my command

The first time ever I kissed your mouth
I felt the earth move in my hands
Like a trembling heart of a captive bird
That was there at my command my love
That was there at my command

Hoa hoa hoa oh oh oh oh oh oh
Woh oh oh oh hoa hoa hoa
Oh hoa hoa hoa hoa hoa hoa
That was there at my command my love
That was there at my command

23 agosto 2007

Time to say goodbye

Amanha regresso ao Brasil, depois da semana maravilhosa em Memphis e desta ultima aqui em Nova Iorque.

Nao deu pra atualizar o blog daqui, mas a partir da semana que vem eu conto tudo em detalhes, tanto do que rolou na cidade do Rei do Rock quanto na Big Apple.

Beijos e ate la.

19 agosto 2007

Gosto de saudades

Ultimo dia em Memphis.

Jesus, eu nem acredito.

Ainda me pego com um no danado na garganta em pensar que acabou.

Fui almocar no Hard Rock Cafe da Beale Street.

Visitei o Rock`n`Soul Museum (muito bom por sinal), mas eu so ficava me repetindo: eu nao acredito!

A semana foi maravilhosa, inesquecivel, emocionante. Muito mais do que eu podia imaginar.

Ainda nao sei se volto.

A vontade eh muita, mas ela eh inversamente proporcional as minhas condicoes financeiras atuais.

Quem sabe Papai do Ceu nao atende o pedido que fiz na fonte atras do tumulo de Elvis?

Por ora, eu so tenho a agradecer.

E tentar nao chorar.

De saudades.

E de alegria.

Afinal, como dizia a radio oficial da Elvis Week:

"Se voce eh fa de Elvis, nenhum explicacao eh necessaria. Se voce nao eh fa de Elvis, nenhuma explicacao eh possivel."

Never ending love

Tava com ideia fixa de fazer o passeio que acabamos perdendo na terca a tarde, falamos com o taxista com o qual fizemos amizade por aqui e ele nos levou a Poplar Tunes (a loja de discos preferida de Elvis), ao Overton Park Shell (onde elvis fez o primeiro show em 30 de julho de 54), em Lauderdale Courts (a casa pra onde ele se mudou com a familia depois que saiu de Tupelo), Humes High (escola onde ele estudou), Forrest Hill Cemetery (onde Elvis e a mae Gladys foram enterrados antes de ir pra Graceland) e a Audubon Drive (a casa que ele comprou antes de ir pra mansao).

Gostei especialmente do Park, se voce fechasse o olho e sentasse naqueles bancos de madeira bem antigos podia ate ouvir os gritos histericos das meninas ao verem os requebrados do futuro Rei do Rock. O local ta fechado pra apresentacoes ha algum tempo. Tambem me chamou a atencao a casa em Audubon Drive, muito simples (Elvis mudou-se de la porque os vizinhos implicaram com o fato de Gladys estender roupa no varal), pra de la sair pra o mundo que eh Graceland. Os novos dono (uma universidade local) decidiram cobrir a piscina e ainda nao sabem o que fazer no local.

Depois disso, fomos pra Graceland.

Eu so saio daqui na segunda, mas achei melhor fazer logo isso hoje enquanto estava com as meninas. Aproveitamos pra conhecer o Heartbreak hotel (nada demais) e depois eu participei do Scavanger Hunt (bears on tour). E um jogo que, durante a visita a Graceland e ao Automobile Museum vc tem que responder unmas perguntas, do tipo: quantas roupas estao em cima da cama em tal comodo, quantas fotos de Elvis molduradas tem no quarto de Gladys e quantos ursinhos panda estavam escondidos no museu. Muito engracado, mas nao recomendavel pra quem nao tiver visitado a casa ainda.

O bom eh que consegui tirar a foto com Graceland que eu queria e ainda pude visitar o tumulo sem o fuzue que se formou depois quando foi aberto a walk up at the meditation garden. Das 19h30 as 21h, todos os fas que quiserem podem entrar e visitar o tumulo, prestar suas homenagens, sem pagar nada.

O tumulo de Elvis esta quase todo tomado. Eu deixei uma pulseira com meu nome la, depois de ter escrito meu nome nos muros de Graceland, como todo fa faz. Acababamos encontrando um grupo de brasileiros que moram em Sao Paulo e sai de la com uma grande sensacao de paz no peito. Sim, havia muita gente idosa, mas o que havia de criancas, adolescente s e muita gente com menos de 30 anos ali nao era brincadeira.

Elvis continuara pra sempre vivo.

18 agosto 2007

Elvis e o sonho americano

Fomos a Tupelo hoje.

Pense num fim de mundo.

Mais de duas horas (de carro) de Memphis.

Ainda to chocada com o tamanho da casa onde Elvis nasceu.

Dois comodos apenas e com uma cama (ele dormia com os pais).

Depois de ver Graceland e a casa em Tupelo tenho uma certeza: Elvis foi o sonho americano que realmente deu certo.

17 agosto 2007

Elvis lives

Depois da emocionante noite de ontem e da demonstracao de amor e carinho que as pessoas de todas as idades e lugares deram ontem na Candlelight Vigil e de amanhecer la em Graceland, hoje o ponto alto do dia aqui em Memphis tinha endereco certo: o Fedex Forum.

Foi la que aconteceu o 30th anniversary concert. E quer saber? Eu chorei. Chorei mesmo. Confesso.

Gravei muita coisa em video pra poder rever depois.

Meu ingresso foi bem perto do palco, do lado direito, com uma otima visao do show. A apresentacao comecou com uma montagem como se Elvis estivesse se preparando em Graceland e indo pra la de helicoptero ao som, obvio, de 2001 - uma odisseia no espaco.
Depois seguimos com tres horas de pura emocao num revival de varios momentos da carreira do Rei do Rock. Dividido em duas partes de 1h30, o show mesclou imagens de Elvis nos concertos Aloha, Elvis E Assim com imagens de filmes dele e de outros shows ao vivo.
Foi lindo!
Com os musicos que tocaram com aquele ali, ao vivo, a potencia do sistema de som do Fedex Forum, a voz forte de Elvis, a gente se sentia, eu me senti, como presente num show dele de verdade. Ate porque eu passei o tempo todo olhando pra ele no telao e nao nos musicos no palco - excecao apenas para quando Lisa Marie apareceu pra cantar o final do cilpe dela com ele em In the ghetto (inicio da segunda parte, que foi apresentada por Priscilla).
Ela ali pertinho e eu lembrando das fotos dela pequenininha com Papai Elvis e o que aconteceu? Obvio, eu comecei a chorar.
Me acabei tambem quando ele cantou You gave me a mountain e American Trilogy (como costumo dizer, a musica que deve ser tocada no meu enterro). Como nao poderia deixar de ser, nos acordes iniciais de Can`t help fallin` in love meu rosto comecou a ficar banhado pelas lagrimas de novo, afinal, era o sinal do fim do show.
E a sensacao de que o sonho ta quase chegando ao fim.

16 agosto 2007

Longa jornada noite adentro

Foram seis horas e dez minutos na fila.

Mas eu posso dizer que nunca vi uma demonstracao de amor tao grande na minha vida assim, ao vivo, com meus proprios olhos.

A vigilia comecou com uma cerimonia em frente aos portoes de Graceland - que ja estavam abertos por conta do calor excessivo que ta fazendo aqui e aumentado com o fator das muitas velas - a policia estima que 100 mil pessoas passaram por Graceland na candlelight vigil ontem a noite.

Leram umas mensagens e rezamos o Pai Nosso. Depois comecou a fila, todos em silencio, sem ninguem organizando mas sem bagunca alguma. Ao som de musicas gospel e romanticas de Elvis, passamos a noite toda na marcha lenta rumo ao momento de prestar homenagens a Elvis. Foi um ritual cansativo, mas completamente emocionante.

Nunca vou esquecer na minha vida.

Nunca.

15 agosto 2007

Sun Studios

A Union Avenue eh paralela a Monroe Avenue. A primeira eh a avenida do Sun Studios e a segunda eh a avenida do Residence Inn. Ou seja, da pra ir andando certo?

Errado, se voce estiver em uma das cinco cidades mais quentes dos Estados Unidos conforme disse a Fox News hj de manha.

E pq nos fomos andando para uma caminhada em subida a uns dois quilometros mais ou menos?

Porque so sabiamos onde era a rua, mas nao exatamente onde ficava a Sun Records.

E, obvio, valia o esforco, afinal, somos Elvis fans.

Ainda bem que estavamos com agua.

Duas pessoas morreram em Memphis por causa do calor. E ontem abriram a agua de uma praca aqui perto pro povo se refrescar.

O proprio Sun Studios colocou ventiladores do lado de fora espirrando agua pra tudo quanto eh canto porque ta insuportavel.

O motivo: alem de quente, aqui nao venta. As folhas simplesmente nao balancam e a sensacao termica eh a pior que ja senti na vida.

Mas aguentamos bravamente e ainda achamos uma reliquia no boteco que tem na entrada do Sun: o guarana Crush, lembra dele?

O proximo passeio so estaria disponivel dali a duas horas e esperamos la ouvindo Elvis pelo som da jukebox (a jukebox do meu sonho, so com musica de Elvis, ai, Jesus!!!).

Conversamos com um casal de Ohio, eles nos sugeriram uma ida ao Peabody por conta de uns artigos raros de Elvis e la estaremos amanha antes do 30th anniversary concert.

A visita ao estudio eh rapida, coisa de 30 minutos, vale mais pelo valor historico e sentimental, nao ha muito o que se ver.

Agora estamos nos preparando pra Candlelight Vigil.

Ou seja, amanha tem muita coisa pra contar.

See you.

Eu avisei

O segundo dia em Memphis foi de emocao forte.

Fomos a Graceland.

Entramos em Graceland.

Nos encantamos por Graceland.

Choramos em Graceland.

As duas primeiras salas da casa sao lindas, lindas mesmo, com a mesa preparada para um jantar do lado, lustre lindo pendurado, quadros com as imagens da familia Presley nas paredes e a famosa escada pro primeiro andar nos enchendo a todos de uma incrivel tentacao pra subir. Da pra tirar foto sem flash numa boa e eu tirei foto nao so da casa, como minha dentro da casa. Eu saquei tantas fotos que ja to quase nas 1000.
Curiosamente, a gente visita partes da casa que sao subterraneas, nao sabia dessa informacao, alem de outros predios da casa como o trophy building onde estao os discos de ouro ganhos por Elvis e o racquetebol building onde tem uma sala que e pra endoidar todo mundo, vc entra e da de cara com um mundo de macacoes e discos e tvs tocando elvis que e pra endoidar. So vendo.
E sentindo.
Muita gente pulou e foi direto pro Meditation Garden, onde esta o tumulo de Elvis. Eu deixei pro final. Assim como nao aceitei o guia pra conhecer a casa (eu preferi nao ter uma voz entre eu e a casa), tambem achei melhor fazer as coisas my way. Nadei contra a corrente e vi primeiro o tumulo de outros parentes dele. Felizmente, eles dividem bem a entrada dos grupos e nao havia uma multidao quando me deparei com a lapide e o nome Elvis Aaron Presley.
O no se formou na minha garganta.
Eu estava la.
EU estava la.
Eu ESTAVA la.
Eu estava LA.
Eu nao acreditava. A emocao aumentando e eu sem acreditar.
Solucos comecaram a serem ouvidos.
Homens e mulheres. Jovens e velhos.
Ai eu nao me contive mais e meu rosto ficou banhado pelas lagrimas.
Eu nao ouso descrever com exatidao o que senti.
Seria impossivel.
Muitas lembrancas sao deixadas no tumulo de Elvis. Mensagens do mundo inteiro estao la, muitas do Brasil, inclusive.
Varias coroas de flores de todos os formatos estao la e de varios paises, tanto que muitas estao localizadas numa especie de corredor num dos lados do Meditation Garden, como um corredor.
30 anos depois, Elvis continua despertando paixao.
Paixao que me fez estourar o limite de 500 dolares ontem mesmo ao me deparar com os CDs que botei na listinha pra comprar.
Mas pergunta se to preocupada com dinheiro aqui.
Hoje a noite teremos a Candlelight Vigil.
A emocao ira as alturas.
Levarei a cadeira com a foto de Elvis que comprei ontem pra espera, que e longa.
As TVs so mostram Elvis e onde se anda e se olha a gente ve o rosto de Elvis.
E a certeza maior de que ele morreu.
Mas que continuo vivo e bem guardado no coracao de seus fas.

14 agosto 2007

Me belisca

Foram 12h30 dentro de um aviao.

Sacode pra la, balanca pra ca.

Ha mais de 24h que nao sei o que e dormir direito.

Mas ha no meu coracao um total e maravilhoso sentimento de felicidade.

Sentar na grama de Graceland hoje ao por-do-sol me deu orgulho de sempre ter lutado pra realizar meus sonhos.

Memphis eh uma cidade limpa, a mais limpa que ja vi na vida.

Aqui nos arredores do hotel (fica duas ruas atras do Rio Mississipi e a poucas quadras da famosa Beale Street) da pra andar a pe numa boa. Tambem e perto do Cook Convention Center, onde esta ocorrendo a Insiders Conference.

Ganhei um kit lindo por ter me associado e entrado na conferencia, com direito a um CD que ainda vai ser lancado no Brasil, de te-lo perdido enquanto comprava uma bolsa em formato de guitarra (yes, I did it!) e de alguem ter achado e procurado por mim pra devolver.

Meus olhos piscam com tantos produtos Elvis e eu nao to nem ai pra dinheiro. Eu esperei a minha vida toda por isso e eu quero mais e aproveitar.

Amanha e o dia de entrar em Graceland e conhece-la por dentro. Nem faco ideia de como me sentirei la.

Fato e que estamos sendo muito bem atendidas e todos tem sido muito atenciosos e simpaticos.

Valeu a pena.

Cada centavo, cada momento de espera.

E hoje eh apenas o primeiro dia.

See you!

12 agosto 2007

Now or never

Chegou o dia do embarque para Memphis.

Levo uma mala apenas.

Nela, a espera de toda uma vida.

Curioso como ontem fiquei tentando lembrar qual minha primeira lembrança como fã de Elvis, o mais longe que fui foram às tardes de domingo vendo os filmes dele na extinta TV Manchete antes mesmo de eu me mudar pra cá, ou seja, um período antes de janeiro de 84.

Sempre fiquei impressionada com a voz de Elvis e com a miscelânea de ritmos que ele cantava. E cá estou com o coração batendo forte prestes a começar o ritual de sair de casa rumo ao aeroporto.

Eu dormi bem, capotei por volta de meia-noite e quarenta. Acordei pontualmente às 6h. Depois que abri o olho não consegui mais fechá-lo e comecei a conferir se não esqueci de pôr nada na mala (é, eu não tenho TOC por pouco).

Num consegui achar nem com reza forte a necessaire que levei pro PAN com umas bijuterias, mas resolvi não me estressar com isso. Na sexta, comprei um crucifixo, vou ficar com ele no pescoço direto. Eu gosto de crucifixox, me dão uma sensação intensa de proteção - deve ser herança dos meus tempos no colégio de freira.

Além disso, devo comprar algum colar do TCB (take care of business), lema de Elvis. E pronto, a indumentária estará resolvida.

Quase me esquecia de imprimir a lista dos presentes e presenteáveis. Pior é que sempre que viajo eu fico com a impressão de que tô esquecendo alguma coisa. Geralmente, eu não esqueço, mas com Murphy a gente precisa ficar sempre em alerta.

Soube pelo Elvis Insiders que a temperatura em Memphis está bem quente e que a previsão é de sol e calor forte para os próximos seis dias, possibilidade de chuva não passando os 20%. Recomendaram levar camiseta e shorts.

Eu ainda não tô acreditando, sabia?

E por uma série de fatores, a começar pela minha própria origem familiar. Meus pais não têm o ginásio completo, meus avós idem, todos vieram de lugares bem pobres no interior dos estados de Pernambuco e da Paraíba e a mãe da minha bisavó materna chegou a morar numa senzala.

Dá pra ter idéia do orgulho que mainha e painho tão sentindo hoje?

Do quanto eles devem tá pensando como valeu a pena o esforço em me dar uma boa vida (e a meu irmão idem, óbvio), sem privações, respeitando meu jeito de ser. Nunca estudei em escola particular (seja criança, seja adolescente seja na faculdade) e o máximo do luxo que pedi pra eles foi o curso de inglês.

E agora tô aqui, prestes a embarcar.

Aff, chega dá um nó na garganta.

E eu sou mole pra chorar que nem te conto.

Tô me sentindo como um atleta que passa a vida toda treinando por apenas um instante de felicidade.

Tenho fé de que tudo correrá bem e de que voltarei com muitas histórias boas para contar.

Eu vou parando por aqui porque vou na casa do meu irmão me despedir dos meus sobrinhos.

Aliás, como eu queria poder levar comigo todas as pessoas que eu amo. Queria muito que todas elas estivessem comigo compartilhando esse momento tão especial da minha vida.

Mas se tem uma coisa que aprendi é que a gente não pode ficar muito tempo pensando no que não é possível e sim correr atrás para torná-lo real ou partir para outras oportunidades.

Tentarei atualizar este blog de lá do hotel, mas com a agenda tão cheia não sei se vai dar.

A todos que por aqui passaram meu muito obrigada.

Por tudo.

Pelas dicas, pelo apoio, pelo carinho.

Até a volta!


11 agosto 2007

A família Elvis

Nós não somos dos Presleys, mas os fãs de Elvis não precisam de muita coisa pra se entender e se ajudar ao redor do mundo.

É o que tenho sempre visto a minha vida toda. Tá sendo assim no Elvis Insiders também.

E mais e mais gente manda notícias da viagem para Memphis.

O Aloha agradece a visita do Júlio, do From Memphis to Vegas, que deu início ao seu blog ontem.

Excelente viagem pra você e sua noiva e uma inesquecível Elvis Week a todos nós.

Afinal, nós merecemos, né?

Com o coração na boca

Hoje tem tudo para ser um daqueles dias em que as horas passarão rapidamente. Há uma série de coisas para fazer:

- comprar quatro pares de pilha palito pro meu mp3 player;
- imprimir tudo quanto é comprovante de compra de ingresso da Elvis Week;
- pegar o presentinho que mandei fazer pra Eloisa;
- jantar com minha mãe;
- botar a mala e as roupas que vou levar pra pegar um solzinho;
- botar na bolsa o cartão e o certificado de brinde (Tour por Graceland gratuito) do Elvis Insiders;
- limpar um dos cartões de memória da máquina fotográfica (tô levando dois de 2 gigas);
- botar as pilhas recarregáveis pra carregar;
- tosar os cachorros e dar banho higienizador pra quem já tá tosado;
- separar os guias de Nova Iorque e Memphis e botar na bolsa;
- jantar com minha mãe, que não vai poder ir ao aeroporto amanhã;
- tentar me acalmar;
- lembrar de comer coisa leve para não dar a costumeira dor de barriga antes de pegar o avião;
- fazer amizade com os carneirinhos para ver se eles me ajudam a dormir à noite...

Coisa pouca.

06 agosto 2007

Músicas para ouvir hoje

De A a Z, músicas para ouvir na voz de Elvis hoje:

Always On My Mind
A Little Bit Of Green
All I Needed Was The Rain
Amazing Grace
And I Love You So
Any Day Now
Because Of Love
Bridge Over Troubled Water
Change Of Habit
Do You Know Who I Am
Fairytale
Follow That Dream
Fool
For The Good Times
Gently
Have I Told You Lately That I Love You?
Help Me Make It Through The Night
I Just Can’t Help Believin’
I’m So Lonesome I Could Cry
Just Pretend
Kentucky Rain
Long Black Limousine
Make Me Know It
Never Ending
One Broken Heart For Sale
Only The Strong Survive
Peace In The Valley
Reach Out To Jesus
Steamroller Blues
The First Time Ever I Saw Your Face
Tomorrow Is A Long Time
Until It’s Time For You To Go
Wearin’ That Loved-on Look
We Can Make The Morning
Where Could I Go But To The Lord
You’ll Never Walk Alone
You’ve Lost That Lovin’ Feelin’

Sensível demais ou não, o fato é que eu tô triste!

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05 agosto 2007

Uma semana

Por essas horas, na próxima semana, o vôo da TAM rumo ao Rio já deverá estar sobrevoando a Cidade Maravilhosa. É a primeira escala para a realização do sonho. Sabe? Eu ainda não acredito. Fico repassando na minha cabeça se esqueci de fazer alguma coisa importante, coisa que não pudesse ser resolvido neste espaço de sete dias. Eu sei que não deixei, mas acho que o nervosismo tá querendo me dominar.

E eu não quero ficar nervosa. Sim, eu to angustiadíssima com o avião, porém eu também não quero ficar pensando nisso.

Eu quero curtir, viver cada minutinho dessa viagem.

Comprei um caderno e uma caneta com todo o cuidado porque é assim que quero registar no papel o que vai ficar cravado no meu coração pro resto da minha vida.

Fisicamente, estou indo mais longe do que todos que fazem parte da minha família já foram.

Espiritualmente, posso dizer que muitas pessoas que conheço e que me são completamente desconhecidas não tiveram a chance (pelo menos não ainda, quem sabe?) de tornar algo que só viveu na cabeça.

Espero que meu chefe compreenda a produtividade zero dessa semana, porque com Expe no hospital e o aeroporto me chamando não vai dar pra trabalhar direito.

Não vai, mesmo!!!

01 agosto 2007

Menos de um mês

Não, eu não desisti de viajar não. Foram mais de 30 dias ausentes por causa dos preparativos para o PAN Rio 2007. Nossa, e como valeu a pena! No começo, fazer as duas viagens (Rio e Memphis) eram idéias completamente excludentes por questões financeiras, maaaaaaaaaaaaas... existe um lema o qual costumo seguir com freqüência na minha vida:

As dívidas duram alguns meses, mas as lembranças... elas são eternas.

Então, me programei, juntei uma bela grana e decidi não ter que optar por nenhuma das duas e sim pelas duas.

Uma das coisas boas foi que isso me ajudou a aliviar bastante a ansiedade para Memphis e me organizar melhor em relação ao assunto "mala". Como esta será minha primeira viagem internacional, eu já havia visto que dava pra ir só com uma mala grande, mas ainda tava na dúvida sobre que roupas ou o quanto de roupa levar.

Agora já tá provado (até porque a quantidade de dias que vou passar nos Estados Unidos é a mesma do PAN, aliás, um pouco menor). Ou seja, três calças e uma bermuda jeans, além de uma roupa para uma ocasião mais diferente, dois pares de tênis e umas 10 blusas (no máximo) dá demais para eu me virar por lá. Além de um casaco jeans e um cachecol pra uma eventual virada inesperada no clima.

E, assim, a mala ficará caprichosamente preparada para as encomendas e autopresentes que comprarei por lá.

Ô coisa chata!

Agora faltam 11 dias para o embarque.

Ajustar os últimos preparativos e tentar não pensar nos problemas dos aeroportos e aeronaves céus do Brasil afora (é, eu vou de TAM e num modelo parecido com o do acidente).

Sim, eu sou medrosa.

Sim, eu sou dramática.

Sim, eu sempre acho que tudo pode acontecer comigo.

No meio disso tudo ainda tem a cirurgia de Expe na próxima segunda.

Não, impressão sua. Eu não tô com a cabeça a mil não.

Papai do Céu vai ouvir muitas preces minhas nos próximos dias.